terça-feira, 21 de agosto de 2007

Pisca o semáforo
e os carros
esperam a senhora
pomba passar.
Passos de
barquinho em leve
ondular.
Atravessa na faixa!
Deixa sonhar;
é criança a poesia
Um breve piscar
fugitivo do asfalto
-É um assalto!
e voam penas para todo lado
contudo ou nada
ela conseguiu voar!
Wilson Roberto Nogueira

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Tártaro

Pobres poemas meus!
Mal nascem,eu,pequeno deus,
Os condeno a gaveta escura.
Também Urano sem brandura,
Aprisionava seus filhos titãs
Privando-os da luz da manhã,
numa gruta sob a Terra,
temeroso de que lhe fizessem guerra.
Uma esperança infantil
De que entre as odes mil
Uma conquiste o povo me embala,
e os homens todos venham a amá-la.
E a canção,como Zeus tonante,
Lance o poeta delirante
num esquecimento bàrbaro;
o exile eternamente no Tártaro.
Navide
Oficina Literária Alto da Glória-Gk-2006

Hera

O velho muro cobre-se de hera
lembra castelo,principe,quimera.
variando de cores o amor-perfeito,
disfarça e zomba do amor desfeito.
Na treliça há cachos de glicínia,
abraça,se enrosca ,quando caminha.
pende fceiro o brinco-de -princeza,
explode em paixão a sensual beleza.
suave perfume o jasmim exala,
e inunda de saudade minha sala,
evapora-se na escuridão da hora.
...e meu amor que já se foi embora...
É Primavera.
Nelly Mehl
Oficina Literária Alto da Glória-GK-2006

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

espelho...espelho teu

Te enxergo em contraluz,nua,lindamente...
...que ao espelho te ajeitas,demordamente.
Vejo,em corpo inteiro,teu frontal refletido,
teus ombros,traseiro e pernas,com libido.

Esse teu natural...linhas nada angulosas;
suaves harmônicas...mil curvas...as tuas.
Teus cabelos(sinuosas e infinitas ruas);
tuas mãos,quentes,úmidas ...sequiosas.

Imagens ,que você e teu espelho me deram.
Inesquecíveis...de frente,de lado,de costa.
Pouco importa,o que os anos te fizeram,
pois é bem assim,que este teu homem te gosta.
Osíris Duarte

sábado, 4 de agosto de 2007

Poema com Neve,flores e Latidos

I
Os cabelos em neve
os seios sem polpa
O sexo sem pólen
Sai para admirar
A primavera
Chuva de ouro
O ipê festeja sua visita
E estende a seus pés
O tapete amarelo
Que confeccionou especialmente
para ela
(outros sonham com tapetes
vermelhos)
E nem se ressente se o cãozinho
mija em seu tronco

II
Não se sabe quem
Leva quem para passear
Quem cuida de quem
A velhinha acredita
Que seja ela
O cão abana o rabo
E ladra contente
Deve haver também
Um céu para as árvores e os cães.
Edivan Pereira da Silva