domingo, 19 de março de 2017

Forçando o olhar para encontrar outros símbolos nas letras tortas da folha de sentimentos em branco. A página de papel revela-se espelho do atropelo da alma bêbada que quer cair para ver se ainda é capaz de sentir dor. Quebrou-se e nada sentiu; queimaram-lhe o cabelo e teve que cortá-lo daquele jeito hitlerístico que nada tem de seu. Por isso força os olhos da alma no papel que lhe rejeita.

Procurando ao redor das cadeiras algum papel.Se os restos que encontro é o que procuro
nos silêncios das folhas rasgadas, documentos de vozes tortas nas bocas sujas de almas sebosas;leio nos símbolos várias expressões, as quais só explodem de vigor envenenadas sem direção ou valor organizadas.

Desatino no desalento crispadas nos olhos espadas rasgam a noite: o bando em loucas risadas chutando o vento ignorando espaço e tempo queimando a consciência.
O princípio da responsabilidade surdo e cego.Velho vaga no lamento enquanto o prazer reina escondendo no útero acéfalo o feto do futuro.

A semente utopia agora vazia  oca e plena de eco do pesadelo na agonia.

Amanhã a rebeldia esta poli-morta ,encontrará revolta o retorno à razão,à direção e ao sentido;e aí estaremos de fato perdidos.

Um tiro na surdes do sócio fascista umbiguismo burgues .


Wilson Roberto Nogueira

2009

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