sábado, 17 de junho de 2017

panfleto e dispersão onírica
no me gusta la realidade e
mucho menos suas entranhas
pertenezco ao país dos sonhos e não
das maravilhas
sou letra e fogo
seta e sendero
sou um caminho perdido num labirinto deserto
sou a última forma lírica estendida como roupa
no varal
sou o sol q desce e aperta a mão a mulher q canta uma
ária matutina
sou o mendigo na calçada e seu cão
apenas o cão sentado em delírio febril
sonhando películas de buñuel
um olho e uma mão
o girassol no bolso de van gogh
uma orelhão perdido num bar sem sentido
as horas aportando no caos
telefones fechando-se mutuamente
e uma palavra
uma palavra incendiária feito uma nuvem e seus cabelos:
sou um sonho q sonha-se a si mesmo
na vertigem do dia

 Sérgio Villa Matta

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